domingo, 27 de outubro de 2013

Um curto abecedário do Barroco e algumas figuras de estilo

Bach

- Músico do período barroco que se distinguiu pela forma particular de interpretar o órgão e pela introdução da voz feminina na Igreja.

Conceptismo
- Complexo jogo de conceitos, ou seja, de ideias apresentadas com grande subtileza, com recurso a metáforasparalelismos, jogos de palavras, alegorias e antíteses.

Cultismo
- Processo característico da literatura barroca que consiste no uso de construções sintácticas e jogos de palavras, numa exibição de virtuosismo retórico, de forma a impressionar o leitor.

Deleite
- Sinónimo de prazer aquando da leitura (era o que buscavam os poetas barrocos).

Efemeridade da vida humana
- Tema recorrente da poesia barroca.

Fénix Renascida ou Obras dos Melhores Engenhos Portugueses- Cancioneiro seiscentista, editado em cinco volumes, compilada por Matias Pereira da Silva.

Galhofeira (atitude)- Posição trocista face a aspectos diversos do quotidiano.
Imagem
- Elementos a partir dos quais é construído o poema e alvo de especial atenção antes do estudo do poema “À fragilidade da vida humana”.

José Merengelo de Osan- Nome da pessoa que compilou o Postilhão de Apolo.

Morte
- Realidade suavizada pela palavra “repousa” no poema “À morte de F.” (eufemismo).

Nácar
- Camada interna da concha; por vezes, aparece com o significado de «rosa».

Ornamentação
- Sinónimo de excesso de decoração, característica típica do discurso barroco.

Postilhão de Apolo- Cancioneiro seiscentista, publicado em dois volumes, compilado por José Merengelo de Osan.

Quotidiano (sátira)- A poesia barroca critica ou zomba de determinados aspectos do dia–a-dia.

Retórica
- Nome pelo qual o uso das figuras de estilo é também conhecido (a arte de usá-las).

Sinonímia
- Palavras que têm um significado semelhante. Ex: baixel/nau e farol/sol (Existente no poema barroco “À fragilidade da vida humana”).

Tempo
- Um dos temas principais da poesia barroca (a passagem do tempo).

Usos e Costumes (crítica)
- A poesia barroca, e sobretudo a narrativa, para além de abordar temas profundos também critica a sociedade do seu tempo.

Visualismo
- Característica do barroco realçada por formas verbais como “Olha”, no soneto “À efemeridade da vida humana”:

XVII
- Século por excelência do período barroco.


ALGUMAS FIGURAS DE ESTILO OU DE RETÓRICA

Alegoria
- É a corporização de uma realidade abstracta, normalmente conseguida a partir de um jogo decomparaçõesimagens e metáforas. A literatura portuguesa tem recorrido à alegoria em todas as épocas. São disso exemplo as figuras de Roma e do Tempo, no Auto da Feira, de Gil Vicente; a figura do polvo, no Sermão de Santo António aos Peixes, do padre António Vieira;

Anáfora
– Repetição de palavra ou expressão em início de período, frase ou verso.
Ex: “Quantos, correndo (...) quantos, embarcados (...) Quantos, navegando (...)” (Cap.III, Sermão de Santo António aos Peixes) “Louvai a Deus, (...) louvai a Deus (...)” (Cap. VI, Sermão de Santo António aos Peixes).

Antítese
– Figura que põe, lado a lado, palavras ou ideias, antagónicas.
Ex: Céu/ Terra; Bem/ Mal; Céu/ Inferno; Dia/ Noite; Homens/ Peixes.

Apóstrofe
– Interrupção do discurso para interpelar pessoas presentes ou invocar, sob forma exclamativa, pessoas ausentes, mortas, entes fantásticos ou coisas inanimadas.
Ex: “Olhai, peixes lá do mar e da terra (...)” (Cap. IV, Sermão de Santo António aos Peixes) “Vê, voador (...)” (Cap.V, Sermão de Santo António aos Peixes) “Peixes, dai muitas graças a Deus (...)” (Cap. VI, Sermão de Santo António aos Peixes).

Comparação
– Figura por meio da qual se confrontam duas realidades distintas para fazer realçar a sua semelhança.
Ex: “O polvo com aquele seu capelo na cabeça parece um monge, com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela (...)” (Cap. V, Sermão de Santo António aos Peixes).

Enumeração
– Apresentação sucessiva de vários elementos (frequentemente da mesma classe gramatical).
Ex: “(...) na terra pescam as varas (...) pescam as ginetas, pescam as bengalas, pescam os bastões (...)” (Cap. III, Sermão de Santo António aos Peixes).

Exclamação
– Figura pela qual se exprimem sentimentos de admiração, espanto, alegria, susto, indignação, sob forma exclamativa.
Ex: “Oh alma de António, que só tivestes asas e voastes sem sem perigo, porque soubestes voar para baixo e não para cima!” (Cap.V, Sermão de Santo António aos Peixes).

Gradação
– Encadeamento de palavras ou ideias numa ordem progressiva (ascendente) ou regressiva (descendente).
Ex: “(...) da boca ao anzol, do anzol à linha, da linha à cana e da cana ao braço do pescador.” (Cap. III, Sermão de Santo António aos Peixes)
“ Come-o o meirinho, come-o o carcereiro, come-o o escrivão, come-o o solicitador, come-o o advogado (...)” (Cap. IV, Sermão de Santo António aos Peixes).

Hipérbole
- Figura de estilo que consiste na utilização de termos ou expressões que exageram a realidade.

Imagem
- É a representação sensível, animada e colorida da ideia numa palavra, frase ou parte de um texto. A comparação e a metáfora reunidas originam frequentemente imagens vivas e expressivas.

Interrogação
– Pergunta formulada, não para se obter uma resposta, mas para realçar as ideias do discurso.
Ex: “Parece-vos bem isto, peixes?” (Cap. IV, Sermão de Santo António aos Peixes)“Fizera mais Judas?” (Cap.V, Sermão de Santo António aos Peixes).

Metáfora
– Comparação abreviada pela omissão da conjunção comparativa.
Ex: “(...) às águias que são os linces do ar (...) e aos linces, que são as águias da terra (...)” (Cap. III, Sermão de Santo António aos Peixes).

Zeugma
- Omissão de um termo habitualmente referido na frase anterior:
Jasmim na alvura foi, na luz Aurora [foi],
Fonte na graça [foi], rosa no atributo [foi],

O Barroco


barroco, s. m., estilo próprio das produções artísticas e literárias, que ocorreu aproximadamente entre os fins do séc. XVI e os meados do séc. XVIII, e que se caracteriza pela pompa ornamental, pelo preciosismo decorativo, pelo floreado e pelos conflitos entre o espiritual e o temporal, entre o místico e o terreno; barroca; cova; barranco; pérola de forma irregular.

A palavra "barroco", como a maioria dos períodos ou designações de estilo, foi inventada por críticos posteriores, e não pelos artistas do século XVII e começos do século XVIII. O termo original é português e designa um pérola irregular ou uma jóia falsa.

Actualmente, o termo "barroco" pode ser utilizado para caracterizar de forma pejorativa trabalhos artísticos ou de artesanato excessivamente ornamentados, tal como muitas outras vezes se emprega o termo "bizantino" como referência a tarefas demasiado complexas, excessivamente obscuras ou demasiado confusas.

Na realidade, o barroco exalta valores através da utilização de metáforas e alegorias, frequentes na literatura deste período, e procura maravilhar e causar espanto, tal como no Maneirismo, muitas vezes por meio da utilização de artifícios, sejam eles de linguagem ou pormenores artísticos. Um dos temas privilegiados é o tormento psicológico do Homem, tendo uma boa parte das suas obras seguido a temática religiosa, já que a Igreja Católica Romana era o principal «cliente» dos artistas e eram religiosos muitos dos escritores desta época, nomeadamente no caso da literatura portuguesa.

Os artistas procuravam a virtuosidade com realismo, tendo uma enorme preocupação com os detalhes (há quem se refira à obra barroca como uma complexidade típica).


A falta de conteúdo era compensada através das formas, as quais deviam suscitar no espetador, no leitor, no ouvinte, a fantasia e a imaginação. É um momento em que a arte se encontra menos distante de quem dela pode usufruir, aproximando-se do público de maneira mais direta, diminuindo o fosso cultural que afastava a arte do utilizador, o que, por exemplo, acontecia frequentemente nas igrejas construídas nesta época, quando o luxo aí existente permitia a quem as frequentasse a sensação de pertença, de que também o povo podia agora entrar em ambientes recheados de obras artísticas, apreciá-los e deles usufruir.

Na literatura, encontramos o temática do duplo, a queda que precede a morte, o gosto pelo bizarro, uma enorme obsessão com a morte, porventura originária das inúmeras guerras religiosas que por esta altura abundavam em toda a Europa.

São recorrentes tópicos como o medo da morte, a água corrente que significa o tempo que passa, com ligação à morte simbolizada pela água entre os gregos, romanos e celtas, a metáfora das areias movediças, as formas arredondadas como referência às pérolas irregulares, os reflexos, e a alusão a mitos clássicos como o de Narciso e os «mises en abyme», que na literatura podem surgir sob a forma de textos dentro de textos, os quais reproduzem a história principal em histórias secundárias, tal como o fazem os reflexos entre dois espelhos colocados em frente um do outro, podendo surgir, por exemplo, numa peça de teatro em que um dos personagens representa um ator que representa uma personagem, ou um quadro em que um espelho mostra ao espetador um reflexo da cena que podemos ver pintada.

Sobre a música do período barroco: aqui.

Uma visão histórica da literatura portuguesa

Uma breve e muito reduzida visão cronológica dos principais autores e obras ao longo da história da literatura portuguesa.








História em continuação - episódio 4

Quando vinha da escola pelo atalho do costume, um caminho que cortava pelo meio de um terreno meio selvagem que no inverno ficava empapado de lama, o Pedro deu com um pedregulho que não lhe era familiar naquele sítio. Das tantas e tantas vezes que por ali tinha passado já conhecia todas as pedras do caminho, ao ponto de quase as tratar pelo nome.Com algum esforço, revirou-o e deu com uma data de maços de notas de 500 euros. Nunca tinha visto sequer uma nota de quinhentos, quanto mais uma quantidade destas. De quem seria aquele dinheiro? Quem o teria ali deixado? Quanto é que estaria ali no total? Uma fortuna, certamente.
Olhou para um lado e outro para ver se não vinha ninguém e se não estava a ser observado. Agachou-se e colocou a sua mochila ao lado dos maços. Começou então a empurrá-los para o seu interior.
Depois de tudo muito bem arrumado, o Pedro seguiu pelo seu caminho habitual, em direção a casa. Com os fones nos ouvidos, tentava o seu melhor para evitar pensar na pesada quantidade de dinheiro que guardava consigo dentro da mochila.
Mas era tão difícil… No meio de um turbilhão de pensamentos, entendeu que estava mais perto ainda do que pensava de chegar ao seu destino. E no fim, de tão distraído que ia, a pensar em não pensar, quase foi atropelado por um carro que passava na rua. A passadeira estava claramente à sua frente, mas ia tão distraído que até se esqueceu de ver se vinha algum carro para poder no fim atravessar a rua.O susto, pelo menos, pareceu trazê-lo de volta à realidade. Talvez isso tivesse acontecido devido à buzinadela estridente que ouviu, ou talvez pelo olhar fixo do condutor que não saía de cima dele, mesmo depois de Pedro ter atravessado a passadeira e ficar mais e mais perto de casa.- Mas que mal disposto… - murmurou o rapaz.
Apesar do susto, o Pedro continuou absorvido nos seus pensamentos. Que atitude iria ter quando chegasse a casa? Contava aos pais? Guardava o dinheiro num lugar seguro ou entregava-o simplesmente à polícia? Tantas questões e nenhuma resposta.
Com estas dúvidas na sua cabeça, o rapaz relembrou o olhar fixo do condutor, não imaginando sequer que este o continuava a perseguir.Ao chegar a casa e estando sozinho, foi a correr para o quarto, fechando a porta. Sentou-se na cama, abriu a mochila e retirou o dinheiro de dentro dela, arregalando os olhos:- Onde irei guardar este dinheiro todo? Não me recordo de ter apanhado tanto.Fixando o olhar no monte de dinheiro, decidiu ir buscar uma folha e uma caneta, para fazer uma lista das ideias que tinha, mas eram tantas que não sabia por onde começar.

Sentou-se em frente à secretária e rapidamente começou a passar para o papel todas as ideias que lhe surgiam:
• “Fazer uma viagem pelo mundo;”
• “Ajudar a minha família;”
• “Ter uma grande casa...”
Estava de tal forma contente que até parecia uma criança dentro de uma loja de doces.
A excitação era tanta, devido à possibilidade de puder vir a concretizar todos os seus sonhos, que até se esqueceu que ainda tinha que resolver um problema: onde iria esconder as notas?
De repente veio-lhe à memória a imagem do condutor que quase o tinha atropelado. Sentiu um arrepio. Algo lhe dizia que aquele homem não era boa pessoa.


[Continuação escrita pela Cláudia]

domingo, 20 de outubro de 2013

História em continuação - episódio 3

Quando vinha da escola pelo atalho do costume, um caminho que cortava pelo meio de um terreno meio selvagem que no inverno ficava empapado de lama, o Pedro deu com um pedregulho que não lhe era familiar naquele sítio. Das tantas e tantas vezes que por ali tinha passado já conhecia todas as pedras do caminho, ao ponto de quase as tratar pelo nome.
Com algum esforço, revirou-o e deu com uma data de maços de notas de 500 euros. Nunca tinha visto sequer uma nota de quinhentos, quanto mais uma quantidade destas. De quem seria aquele dinheiro? Quem o teria ali deixado? Quanto é que estaria ali no total? Uma fortuna, certamente.

Olhou para um lado e outro para ver se não vinha ninguém e se não estava a ser observado. Agachou-se e colocou a sua mochila ao lado dos maços. Começou então a empurrá-los para o seu interior.

Depois de tudo muito bem arrumado, o Pedro seguiu pelo seu caminho habitual, em direção a casa. Com os fones nos ouvidos, tentava o seu melhor para evitar pensar na pesada quantidade de dinheiro que guardava consigo dentro da mochila.

Mas era tão difícil… No meio de um turbilhão de pensamentos, entendeu que estava mais perto ainda do que pensava de chegar ao seu destino. E no fim, de tão distraído que ia, a pensar em não pensar, quase foi atropelado por um carro que passava na rua. A passadeira estava claramente à sua frente, mas ia tão distraído que até se esqueceu de ver se vinha algum carro para poder no fim atravessar a rua.
O susto, pelo menos, pareceu trazê-lo de volta à realidade. Talvez isso tivesse acontecido devido à buzinadela estridente que ouviu, ou talvez pelo olhar fixo do condutor que não saía de cima dele, mesmo depois de Pedro ter atravessado a passadeira e ficar mais e mais perto de casa.
- Mas que mal disposto… - murmurou o rapaz.

Apesar do susto, o Pedro continuou absorvido nos seus pensamentos. Que atitude iria ter quando chegasse a casa? Contava aos pais? Guardava o dinheiro num lugar seguro ou entregava-o simplesmente à polícia? Tantas questões e nenhuma resposta.
Com estas dúvidas na sua cabeça, o rapaz relembrou o olhar fixo do condutor, não imaginando sequer que este o continuava a perseguir.
Ao chegar a casa e estando sozinho, foi a correr para o quarto, fechando a porta. Sentou-se na cama, abriu a mochila e retirou o dinheiro de dentro dela, arregalando os olhos:
- Onde irei guardar este dinheiro todo? Não me recordo de ter apanhado tanto.
Fixando o olhar no monte de dinheiro, decidiu ir buscar uma folha e uma caneta, para fazer uma lista das ideias que tinha, mas eram tantas que não sabia por onde começar.


[Continuação escrita pela Beatriz]

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Coesão e coerência textual

Para que um texto tenha o seu sentido completo, ou seja, transmita a mensagem pretendida, é necessário que seja coerente e esteja coeso. Para compreender um pouco melhor os conceitos de Coerência textual e de Coesão textual, e também para distingui-los, vejamos:

O que é coesão textual?

Quando falamos de COESÃO textual, falamos a respeito dos mecanismos linguísticos que permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras, frases, parágrafos, etc. Entre os elementos que garantem a coesão de um texto, temos:

A.            as referências e as reiterações: Este tipo de coesão acontece quando um termo faz referência a outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi dito antes ou quando uma palavra é substituída por outra que possui com ela alguma relação semântica. Alguns destes termos só podem ser compreendidos mediante estas relações com outros termos do texto, como é o caso da anáfora e da catáfora.

B.            as substituições lexicais (elementos que fazem a coesão lexical): este tipo de coesão acontece quando um termo é substituído por outro dentro do texto, estabelecendo com ele uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia, ou mesmo quando há a repetição da mesma unidade lexical (mesma palavra).

C.            os conectores (elementos que fazem a coesão interfrásica): Estes elementos coesivos estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos, ou seja, são conjunções, preposições e advérbios conectivos.

D.            a correlação dos verbos (coesão temporal e aspectual): consiste na correta utilização dos tempos verbais, ordenando assim os acontecimentos de uma forma lógica e linear, que irá permitir a compreensão da sequência dos mesmos.

São os elementos coesivos de um texto que permitem as articulações e ligações entre suas diferentes partes, bem como a sequenciação das ideias.

O que é coerência textual?

Quando falamos em COERÊNCIA textual, falamos acerca da significação do texto, e não mais dos elementos estruturais que o compõem. Um texto pode estar perfeitamente coeso, porém incoerente. É o caso do exemplo abaixo:

“As ruas estão molhadas porque não choveu”

Há elementos coesivos no texto acima, como a conjunção, a sequência lógica dos verbos, enfim, do ponto de vista da COESÃO, o texto não tem nenhum problema. Contudo, ao ler o que diz o texto, percebemos facilmente que há uma incoerência, pois se as ruas estão molhadas, é porque alguém molhou, ou a chuva, ou algum outro evento. Não ter chovido não é o motivo de as ruas estarem molhadas. O texto está incoerente.

Podemos entender melhor a coerência compreendendo os seus três princípios básicos:

1.             Princípio da Não Contradição: num texto não se pode ter situações ou ideias que se contradizem entre si, ou seja, que quebram a lógica.

2.             Princípio da Não Tautologia: Tautologia é um vício de linguagem que consiste na repetição de alguma ideia, utilizando palavras diferentes. Um texto coerente precisa de transmitir alguma informação, mas quando há repetição excessiva de palavras ou termos, o texto corre o risco de não conseguir transmitir a informação. Caso ele não construa uma informação ou mensagem completa, então ele será incoerente

3.             Princípio da Relevância: Fragmentos de textos que falam de assuntos diferentes, e que não se relacionam entre si, acabam por tornar o texto incoerente, mesmo que as suas partes contenham certa coerência individual. Sendo assim, a representação de ideias ou factos não relacionados entre si fere o princípio da relevância, e trazem incoerência ao texto.

Outros dois conceitos importantes para a construção da coerência textual são a CONTINUIDADE TEMÁTICA e a PROGRESSÃO SEMÂNTICA.

Há quebra de continuidade temática quando não se faz a correlação entre uma e outras partes do texto (quebrando também a coesão). A sensação é que se mudou o assunto (tema) sem avisar o leitor.

Já a quebra da progressão semântica acontece quando não há a introdução de novas informações para dar sequência a um todo significativo (que é o texto). A sensação do leitor é que o texto é demasiadamente prolixo, e que não chega ao ponto que interessa, ao objetivo final da mensagem.

Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata da conexão harmoniosa entre as partes do texto, do parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre as palavras e frases, fazendo com que um dê sequência lógica ao outro. A COERÊNCIA, por sua vez, é a relação lógica entre as ideias, fazendo com que umas complementem as outras, não se contradigam e formem um todo significativo que é o texto.

Vale salientar também que há muito para se estudar sobre coerência e coesão textuais, e que cada um dos conceitos apresentados acima podem e devem ser melhor investigados para serem melhor compreendidos.

http://www.esa.esaportugues.com/programa/Lingua/coesao.htm

FONTE DESTE ARTIGO:
Coesão e coerência textual. In Info-escola [Em linha]. S.I. , 2006-2013. [Consult. 2013-10-17].
Disponível na www: <URL:
http://www.infoescola.com/redacao/coesao-e-coerencia-textual/>.

sábado, 12 de outubro de 2013

História em continuação - episódio 2

Quando vinha da escola pelo atalho do costume, um caminho que cortava pelo meio de um terreno meio selvagem que no inverno ficava empapado de lama, o Pedro deu com um pedregulho que não lhe era familiar naquele sítio. Das tantas e tantas vezes que por ali tinha passado já conhecia todas as pedras do caminho, ao ponto de quase as tratar pelo nome.
Com algum esforço, revirou-o e deu com uma data de maços de notas de 500 euros. Nunca tinha visto sequer uma nota de quinhentos, quanto mais uma quantidade destas. De quem seria aquele dinheiro? Quem o teria ali deixado? Quanto é que estaria ali no total? Uma fortuna, certamente.
Olhou para um lado e outro para ver se não vinha ninguém e se não estava a ser observado. Agachou-se e colocou a sua mochila ao lado dos maços. Começou então a empurrá-los para o seu interior.


Depois de tudo muito bem arrumado, o Pedro seguiu pelo seu caminho habitual, em direção a casa. Com os fones nos ouvidos, tentava o seu melhor para evitar pensar na pesada quantidade de dinheiro que guardava consigo dentro da mochila.
Mas era tão difícil… No meio de um turbilhão de pensamentos, entendeu que estava mais perto ainda do que pensava de chegar ao seu destino. E no fim, de tão distraído que ia, a pensar em não pensar, quase foi atropelado por um carro que passava na rua. A passadeira estava claramente à sua frente, mas ia tão distraído que até se esqueceu de ver se vinha algum carro para poder no fim atravessar a rua.
O susto, pelo menos, pareceu trazê-lo de volta à realidade. Talvez isso tivesse acontecido devido à buzinadela estridente que ouviu, ou talvez pelo olhar fixo do condutor que não saía de cima dele, mesmo depois de Pedro ter atravessado a passadeira e ficar mais e mais perto de casa.
- Mas que mal disposto… - murmurou o rapaz.
[Continuação escrita pela Raquel]
(...)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Um vídeo publicitário

publicidade - s. f.,
estado do que é público; divulgação; notoriedade pública; reclamo comercial.






Turkish bank por Youpinadi
Vídeo de Daily Motion.

Mesmo que a mensagem não seja percetível por não se conhecer a língua, a mensagem publicitária pode continuar a ser eficaz, porque é concebida sobretudo para impressionar o consumidor.
De que maneira é que esta mensagem pode influenciar?
A quem se dirige, ou seja, qual é o seu potencial público-alvo?

terça-feira, 8 de outubro de 2013

UM DESAFIO A TODOS OS ALUNOS DA TURMA

O desafio que proponho aqui é continuarem a escrever a história aqui começada.

Quem vier a seguir irá pegar no que já está escrito e continuar. E quem se suceder irá continuar o que os outros antes de si fizeram. É uma narrativa que pode ter personagens, diálogos, diferentes espaços onde ela poderá decorrer, enfim, é um desafio à imaginação. Mas é preciso não esquecer a coerência e a coesão do texto. Quem vier a seguir terá que conhecer toda a história para trás, para não trocar nomes de personagens, e não alterar acontecimentos que já ocorreram.

Ah, e falta um título. Podem colocar propostas para o título e sugestões para a continuação da história nos comentários.

Aqui vai o começo:



Quando vinha da escola pelo atalho do costume, um caminho que cortava pelo meio de um terreno meio selvagem que no inverno ficava empapado de lama, o Pedro deu com um pedregulho que não lhe era familiar naquele sítio. Das tantas e tantas vezes que por ali tinha passado já conhecia todas as pedras do caminho, ao ponto de quase as tratar pelo nome.

Com algum esforço, revirou-o e deu com uma data de maços de notas de 500 euros. Nunca tinha visto sequer uma nota de quinhentos, quanto mais uma quantidade destas. De quem seria aquele dinheiro? Quem o teria ali deixado? Quanto é que estaria ali no total? Uma fortuna, certamente.

Olhou para um lado e outro para ver se não vinha ninguém e se não estava a ser observado. Agachou-se e colocou a sua mochila ao lado dos maços. Começou então a empurrá-los para o seu interior.

(...)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O texto publicitário

Nesta página podemos encontrar algumas características do texto publicitário.
Aqui ficam alguns exemplos:



quarta-feira, 2 de outubro de 2013

A publicidade

Origem:
A palavra publicidade deriva do latim «publicus».

Definição
É uma comunicação unilateral, que pretende sugerir e dar a conhecer um produto ou um serviço, omitindo voluntariamente os seus aspetos negativos e estimulando o interesse por ele, com a finalidade de o vender, observando um certo respeito pela concorrência.
É, portanto, uma forma de comunicação paga, levada à prática por indivíduos, empresas ou organizações, através dos diversos meios de comunicação postos ao seu alcance.


Objetivo
Promover vendas ou divulgar ideias, havendo uma identificação pública da autoria dessa comunicação.

Tipos de publicidade, propaganda e relações públicas: